Entenda por que tendinites, fraturas por estresse e dores persistentes não surgem por acaso — e como uma abordagem médica pode atuar na raiz do problema.

Lesões como canelite, epicondilite, condropatias, tendinites do calcâneo, da pata de ganso ou patelar, além de fraturas por estresse, são mais comuns do que parecem.

Todas têm um denominador em comum: o desequilíbrio entre carga, sobrecarga e recuperação.

Na prática esportiva, chamamos de carga todo estímulo ao qual o corpo é exposto durante treinos e competições — e isso inclui não só o esforço físico, mas também aspectos fisiológicos e até psicológicos. Uma sobrecarga bem planejada faz parte do processo de evolução: é justamente ela que provoca adaptações positivas, como ganho de força, resistência e performance.

O problema surge quando essa sobrecarga não é bem administrada ou quando não há tempo e condições adequadas de recuperação. Nesse cenário, o estresse imposto ultrapassa a capacidade de reparo e adaptação dos tecidos, e aí começam a aparecer sinais de fadiga persistente, dor e, muitas vezes, lesões.

Esse desequilíbrio pode ter origem em fatores sistêmicos, como:aumento abrupto do volume ou da intensidade do treino,sono insuficiente ou de má qualidade,alimentação inadequada ou baixa disponibilidade energética,estresse emocional e outros fatores que afetam a capacidade de recuperação.
Também pode estar relacionado a fatores locais, como desequilíbrios musculares, alterações biomecânicas, técnica de movimento ineficiente ou uso de calçados inadequados.

Muita gente acredita que a solução é simplesmente parar de treinar, mas a interrupção isolada raramente resolve o problema de forma definitiva.

É essencial investigar a fundo as causas da sobrecarga — tanto os fatores sistêmicos quanto os locais — para tratar a lesão, ajustar a rotina de treinos e prevenir recidivas.

Uma avaliação médica especializada permite enxergar o quadro de forma ampla: identificar quais cargas estão sendo aplicadas, como o corpo está respondendo a elas, quais pontos precisam ser fortalecidos e quais ajustes devem ser feitos na progressão do treino. A partir daí, é possível montar um plano individualizado de recuperação e retorno gradual à atividade física, com foco em:


✅ Durabilidade – treinar de forma consistente ao longo do tempo,
✅ Adaptação positiva – respeitar ciclos de carga e descanso,
✅ Redução do risco de novas lesões – ajustando fatores sistêmicos e locais.Em resumo: a sobrecarga não é vilã; ela é, na verdade, a chave para evoluir.


Mas para que seja construtiva, precisa ser bem gerida e acompanhada de recuperação adequada. Entender esse equilíbrio é o que permite treinar de forma mais inteligente, manter o corpo saudável e sustentar o desempenho a longo prazo.

Lesões por sobrecarga: por que acontecem e como preveni‑las

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